Thursday, December 30, 2010

When everything freezes over...

-16°C
-16 graus centígrados.
Menos dezesseis graus centígrados.
M e n o s  d e z e s s e i s  g r a u s  c e n t í g r a d o s.

Tenho que ficar repetindo para acreditar. Tô afim de frio não esse ano. E para mim, neve agora só serve mesmo para esquiar. E como eu não esquio tem uns 7 anos... para quê neve mesmo?

Enfim, pelo menos tive tempo de cuidar das roseiras antes da temperatura despencar. Estão lá, cobertas de mulch e meio que protegidas por um tipo de pano que parece saco de batatas. Só a primavera dirá se funcionou.

Erica. Ela mamou hoje na fonte!!! Coisa mais legal. Daí dormiu encostadinha no meu peito por 15 minutos. Acordou quase que chorando querendo mais leite. Quis peito de novo? Ha! Que nada. Voltamos a mamadeira. Menina teimosa! Mas, de qualquer maneira, essas sessõezinhas de mamar no peito aumentam a minha produção.

Há um ano atrás descobri que estava grávida!

E o casaco do Max progride lentamente. 2,5 cm por dia...

Hoje comemos Sopa de Butternut Squash com Maçãs e Velouté de Aspargo. Chique, hein?

Saudades das famílias. Dos amigos.

Feliz Ano Novo!!!

Voz

A Erica descobriu que tem voz. E alta.
Vocês não imaginam os gritos...

Ela agora demonstra seu desagrado gritando.

ai ai...

Friday, December 24, 2010

Stats 2

Idade: 4 meses
Peso: 6.0 kg
Comprimento: 62.2 cm

Kindle entre outras coisas

Sim, presente de Natal do amado. Como se precisasse de presente esse ano... Já ganhei um maravilhoso! De qualquer jeito é extremamente apreciado. Adorei. Capinha laranja, lidinho demais. E já tenho 120 livros dentro dele! Ainda não comecei a ler.
Entre o amado, a Erica, os gatos, o trico e o Kindle, como é que cozinho?

Dormir que é bom, nada!

Tuesday, December 14, 2010

A volta do tricô

Eu sei tricotar há muitos e muitos anos. Já tricotei várias peças. Mas, de uns anos para cá enjoei. Não tem desafio, ficou chato. Daí fui para a costura e fiquei boa nisso também. As minhas aulas de costura são ultra especializadas, tipo alfaiataria e eu gosto muito. Mas aí a Érica nasceu. E o tesão pela costura passou pois a aula é longe de casa. E eu estou gorda. Não balofa, mas gorda e não tenho prazer de costurar para mim.
Então, voltei a tricotar. E o Max é a primeira vítima. Quando o casaco tiver mais forma eu posto uma foto.
O fato é que estou redescobrindo o tricô. Um prazer e dá para fazer com ela dormindo no colo. Quando ela crescer mais eu volto para a costura.

Mais um marco

E esse eu não gosto!
Até hoje ela tem dormido do lado da gente em uma extensão da cama. No mesmo nível, do ladinho mesmo. Só que a caminha ficou pequena. A pobrezinha estava dormindo meio que na diagonal para ficar confortável. Então Max tirou a caminha e vamos colocar na parte de baixo da estrutura toda, como se fosse um berço. Ainda do lado da gente, mas não vai ficar mais no mesmo nível. Eu não gostei. Não vou acordar com ela rindo para mim.
Fiquei pensando que daqui a pouco é o berço dela, no quarto dela. Depois a escola, o segundo grau e a faculdade. Aí ela sai de casa.
Deu vontade de chorar.

Vida complicada

Pois é. Depois de dias chegando em casa e pegando uma neném de mal humor, hoje ela estava a coisa mais fofinha. Rindo e tranquila. Max falou que foi porque fez cocô. A vida então se resume em, mamar, dormir, fazer cocô e andar pela casa no colo. Muito complicado. E agora que a gente está introduzindo o "tummy time" (colocar os bebês de barriga para baixo para exercitar o pescoço e desenvolver outros músculos e reflexos) a vida está ficando mais complicada ainda. Quem disse que vida de bebê é fácil?

Sunday, December 12, 2010

Fatos

1. Erica está fofa.
2. O refluxo melhorou.
3. Ela ainda se recusa a mamar no peito; usa só como aperitivo.
4. Está crescendo muito. Mais um pouco e pula outra curva de crescimento.
5. Eu detesto leite em pó.
6. Manter minha produção de leite não está fácil.
7. Ela já está dando gargalhadas. Eu derreto.
8. Queria ficar em casa com ela.
9. "Tummy time" não tem sido fácil nem agradável, mas ela está cada vez melhor.
10. Ah... as explosões de cocô...

Monday, November 22, 2010

Zumbis

Outro dia, estávamos eu e o Max comentando da falta de lógica de idéia de zumbis. Gente que morre para depois voltar a andar e só é morta mesmo com um tiro no cérebro? Jamais!

Esquecemos dos pais de bebês pequenos. Zumbis existem.

Saturday, November 20, 2010

Enganação

Para amamentar a bichinha eu tenho que passar a perna nela. Então, estávamos vendo os episódios perdidos da série Parenthood e ela dormindo. Eu sei, eu sei. O pediatra disse para não ver televisão com ela por perto, mas não dá. Está entre ficar me sentindo culpada o tempo todo ou ficar estressada e louca. Escolho a culpa. Depois cuido disso com a psicóloga.
Bom, aí estava na hora dela comer. Eu, catei o peito e cuidadosamente pus na boca dela e ela mamou. E mamou. E mamou. Ah! Felicidade.
Aí ela acordou, se deu conta do que estava fazendo e quis a mamadeira...

Trabalhar em casa

Meus primeiros dois dias de trabalho em casa foram bem. Não que eu tivesse tempo de sobra como achei que iria ter. Muito pelo contrário, acabei trabalhando mais tempo. Mas foi ótimo ficar em casa, de pijama, e ver a Erica sempre que desse. Dar de mamar. Trocar fralda. Por para dormir. Cheirar. Abraçar. Amar.
Minha produção de leite aumentou.

Estatísticas

Peso: 4 kg e 930g
Comprimento: 59.7 cm
Idade: 3 meses

Vacinas

O Max levou a Erica ao médico para tomar vacina. Ela toma vacinas todos os meses porque eu acho um absurdo dar 8 vacinas de uma só vez para uma criança miudinha. Dar ou não dar vacinas aqui, e imagino que aí também, é um assunto mais polêmico que o governo do Obama. Tem os radicais, tanto de um lado quanto do outro e tem os do meio que não sabem bem o que fazer.
Eu li bastante sobre o assunto embora nem tanto quanto parto natural e amamentação. Ah... doce ironia! Mas o fato é que existe uma tonelada de informações mais ou menos certas e meio parciais e 5 toneladas de informações erradas e muito parciais.
Ao nascer a criança tem que tomar vacina contra Hepatite B. Eu sou absolutamente contra. Então a Erica não tomou. Aliás, não teria nem tomado a injeção de vitamina K se o parto tivesse sido natural como planejado, mas enfim... Aí vem a consulta de 2 meses, e a pobre tem que tomar, de acordo com a associação médica dos pediatras (sim a mesma que um tempo atrás disse que fazer uma mini circuncisão nas bebês meninas era OK; eles voltaram atrás), 8 vacinas. OITO. Com só dois meses. Eu, com mais de 30 anos com certeza, tomo uma vacina contra a influenza (totalmente a contragosto, mas foi um sacrifício pela filhota) e fico 5 dias com o braço coçando e latejando. Então ela só tomou 4 e eu ainda achei demais, mas como uma das vacinas são três ao mesmo tempo, não tinha o que fazer. Dois dias atrás ela tomou mais duas. Aos quatro meses repete as vacinas dos 2 meses e aos 5 meses repete as dos 3 meses. Aos seis meses outro ponto de decisão.
Pode ter certeza que eu seria crucificada se caísse em discussão com certas pessoas. Especialmente se eu disser que a vacina contra catapora, caxumba (se separarem as vacinas), rubéola,  hepatite B e influenza ela não vai tomar.
O fato é que não há um meio termo e nem estudos decentes sobre os efeitos colaterais de longa duração do uso de tanta vacina em tão pouca idade. Então, eu prefiro espalhar as vacinas contra as doenças sérias. As doenças bobas, tipo catapora, caxumba e rubéola, se puder ela vai ter as próprias doenças e adquirir imunidade para sempre. A hepatite B, só quando ela crescer. A influenza, acho que é mais uma máquina de dinheiro que outra coisa qualquer. A polio, que não existe aqui há muitos e muitos anos, vou dar quando a gente viajar para fora do país. E por enquanto é isso.
Filho nasce e a gente não sabe o que fazer...

Wednesday, November 17, 2010

Reorganização

Outra, em menos de um ano, pode? E é empresa privada. Juro, parece mais repartição pública! Só espero que eles honrem o acordo que fiz de trabalhar em casa dois dias da semana!
Na realidade, eu meio que tenho a opção de ir para um ou outro grupo ou ficar no mesmo. No mesmo não tem sentido. Para um dos cargos a gerente é mulher e, na minha intuição, daquelas que acha que mulher tem que trabalhar mais que homem. Afinal elas fizeram isso, então porque não as outras também? Filosofiazinha babaca!! Mas está cheio desse tipo de mulher aqui. O outro cargo é o do meu antigo chefe e o que me contratou inicialmente.
Acho que o outro é melhor. Vamos ver o que acontece.
Mas a pergunta mesmo é: quem está navegando esse barco?

Outro dia

Outro dia igual. Trabalho, casa etc.
Só que amanhã trabalho em casa. A fofa ficou o tempo todo hoje comigo e mamou! Eita coisa boa!
Parece uma coisa simples e boba, não é? Essa obcessão minha com a amamentação. Especialmente com tanto leite em pó aí bom. Mas.. Tudo bem, é obsessão sim, assumo, mas é por uma boa causa.
Leite materno é infinitamente melhor. Não é que a criança que só tome leite em pó vai ficar doente, não crescer, etc. Mas a vantagem que o leite materno dá ao bebê é fora de série. É só procurar no Google. Ainda traz vantagens para a mãe e para a sociedade.
Então, com paciência, amor e carinho e paciência, e mais paciência, vou tentando fazer ela voltar ao peito e expressando leite enquanto isso.

Terça feira

Quando ela acorda é uma graça. De bom humor, espalhando risos. So que é cedo. Super cedo. Às 6 da matina a menina já está de olho aberto esperando todas as atenções da casa. Aí a minha pergunta: é mesmo minha filha? Eu não acordo cedo de bom humor desde que me entendo por gente. Aliás, isso sempre foi uma fonte de imenso estresse com meus pais.
Mas ela quer ser retirada do swaddle e que a gente brinque com ela. O interessante é que isso me motiva e eu faço exatamente isso, pego ela e fico fazendo altas bobagens para receber um sorriso (ou vários). E a menina não tem nem 3 meses ainda!
Trabalho, sem almoço em casa. Dói mais, sabia?
E quando volto a pobrezinha está sofrendo com o refluxo. É muito difícil ver o quanto ela sofre e agente não tem o que fazer.
Ele me contou que ela está ficando mais tempo na cadeirinha olhando ele fazer as coisas em casa. Progresso!
Fui dormir à 1:30 da manhã.

Choro contido

Deixa eu ver... segunda passou até meio rápido, num meio de choro contido e boas vindas de todos. Fotos da Erica para todos os lados e simpatias de todos pelo que eu estava passando. O chefe interim até me disse para ir em casa almoçar e passar um pouco de tempo com ela.
Sabe aquele cheiro gostoso e intoxicante? Aquele que vicia? Que você tem vontade de ficar com o nariz colado na origem do cheiro o tempo todo? Pois é. É o dela. E claro, eu cheiro ela e meu peito dá sinal de vida. Interessantíssimo. Isso tudo para dizer que a minha produção no trabalho não é lá essas coisas.
Mas o dia passou e eu voltei para casa e para meus amores. Ele cozinhou, eu fiz bolo e pão. Perfeita vida doméstica no casulo da minha casa.

Sunday, November 14, 2010

Mea Culpa

Assim mesmo que estou me sentindo. Culpada. Dizem que é o karma de mãe se sentir culpada por tudo. Mas estou sentindo que vou abandonar a minha filha. Vou passar boa parte das horas dela acordada fora de casa, entre pessoas que não gosto.
Tem como algum filtro que se coloca na porta de casa para limpar as más enegias antes de entrar em casa?
Estou com um bolo na garganta, mas não quero ficar chorando pelos cantos.
E o pior é que ela hoje está incomodada com alguma coisa e fica chorando. Já trocamos fralda, demos banho e de mamar. Fico pensando se ela já está sentindo que eu vou abandonar ela...
Que inveja das mães que podem ficar em casa tomando conta dos filhos!!
Que inveja dele que vai ficar com ela.

In another sphere

Also yesterday, after the homeopath consultation, we went to get pizza at a place we used to go when we lived downtown.
We realized that we are not only officially old people, but also parents. We are in another sphere of existence. Life is passing us by.
Erica is worth it all.

Homeopathy

I know a lot of people do not believe in alternative medicine, but what I tell them is "I don't care what you think. In the end, I am way ahead since at least for me there are more possibilities to fix a problem and be happy. You are stuck."
Anyway, we went yesterday for Erica. This GERD thing is driving us nuts and I am sure making her a not so happy baby. If homeopathy can remedy this like it did for my digestive problem, wonderful! Of course the insurance doesn't cover this here. Big surprise.
It was 2 hours and 18 min of consultation. You get the homeopathy and the therapy for the price of one! I hope this will work for her. When she is not uncomfortable with the GERD, she is such a good baby!

Breastfeeding support group

Until last Friday I was going every week to a breastfeeding support group. It is actually really good. I came by it because the lactation consultant I hired manages this group. But it turns out that the support is really more for me. It is a time where I can be with other women with a common objective: nursing their babies. Nursing in US is also a shame. The push for the use of formulas and the lack of support women get for nursing is appalling. Just as information, only 32% of babies are exclusively breastfed at 3 months and only 12% at 6 months. The goal is 50 % at 6 months. Ha! Until things change in this country so that it is more family friendly, this is not going to happen.
I am a pumper. And I say this with regret. I have no problems with nipple pain or discomfort. My baby latches perfectly. I have a decent amount of milk, specially considering I only have one functional breast. But my baby will not nurse. Actually she does for a few minutes and than she screams for the bottle. Sometimes she nurses all the way. Even if the milk is flowing easily, after the initial nursing minutes, she screams for the bottle. It is frustrating at the least. The worst is that she has GERD and breastfeeding makes it better. Last week was particularly difficult, with me crying on one side and she refusing to eat on the other. After a week of stress and not much weight gain, I gave up and will do whatever she wants. At least she is having mostly breastmilk.
Tomorrow I will go back to work. I am dreading it. I am furious I am not allowed to work at home. I am sad beyond tears. And I will be pumping milk for about 2 hours of my 8 hour job. At home it would be maybe 30 min for the whole 8 hours. Go figure...

Thursday, November 11, 2010

The women affairs in US

I told my best friend who lives in Texas about my defeated victory on working from home. She also has a baby girl a month young than Erica. She answered (Skype):

[Friend]: i think that's a great compromise!
[Friend]: good job, ms negotiator!

[me]:
I don't think it is a great compromise at all.
There is no reason for me being in the office whatsoever.
The fact is that management style in US is still in the 60's where women where only 20% of the working force and of those 18% were single.
And during this the harcore feminists kept saying that we should be like men to be respected.
What kind of BS is that?
So, IMHO, women nowadays, here is the US, are ashamed of being women. Of showing feminin traits. Like this dimishes them.
Either you behave like men in the work environment (and in most situations our of the work environment) or you are not taken seriously.
This is the worst type of sexism I have ever seen.
It is a disguised anti-women policy that women subscribe to.
Seriously, our sisters in Europe are way ahead of us. And even in South america with the machismo they are ahead of us.
Shame
The worst is that we are also the ones to blame.
We judge each other and we do not respect women who display their femininity.
We get to management positions and we do not support women.
We treat men better than women and we expect more from women.
And finally, we do not work together.
Wow!!
I guess I am sort of furious, am I not?

Ontem

Onem eu não postei, como queríamos demonstrar.
Mas ponto alto da saga da amamentação: de manhã a Erica mamou somente no peito. E não teve refluxo. E ficou calminha. E não teve fome cedo. O que significa que ela mamou o que precisava.
Coincidência ou não, o pai dela que sempre dá a mamadeira, não estava em casa.
Sei lá, mas acho que a presença dele atrapalha a amamentação.
O pior vai ser ter que ficar mais não sei quantos anos na terapia para poder lidar com a sensação de que a minha filha, que eu desejei durante tantos anos, minha única filha, pois agora não vou poder mais ter outros filhos, me rejeita. E me rejeita no mais básico dos instintos. Ela prefere quem não tem como alimentar ela naturalmente. Pode coisa mais louca?
enfim, coincidência ou não, na mamada seguinte ele já estava em casa, e foi de novo problemática, com ela berrando até a mamadeira ser dada. Daí ela come demais e o refluxo vem.

As origens dos problemas de amamentação serão explicados nos Flashbacks.

Volta ao trabalho 2

Bem, a reunião aconteceu e o acordo é que eu vou estar no escrtório 3 vezes por semana e em casa 2 vezes. O que me deixa revoltada nisso é a fata de necessidade de estar no escritório.
Deixa eu explicar. Eu sou administradore de sistema, ou melhor três sistemas e backup de outros dois. Tudo, mas TUDO o que eu faço é remoto, sem nenhuma interação física com os usuários. um ano atrás, eu pedi que eles honrassem o acordo inicial comigo e me colocassem para fazer o que eu gosto que é Qualidade de desenvolvimento de Software. E eles precisam disso, pois qualidade lá é inexistente. E eu sou a única pessoa que já trabalhou com isso antes. Falei com a diretora que prontamente disse que sim e me disse para falar com fulano de tal. Eu falei e nada. Durante meses. Aí eu desisti e como já estava grávida, também desisti, momentariamente, de mudar de emprego. Numa bela tarde, do nada, eles vieram me dizer que eu iria mudar de subgrupo e começar o trabalho de processo/qualidade. Beleza! Aconteceu? Não. Eu fiquei, na realidade, fazendo algum trabalho de processo por debaixo do pano, mas nada oficial. Meses depois nasce a Erica. Agora, na minha volta, eles vem com o argumento de que eu vou fazer trabalho de processo e por isso tenho que estar no escritório. Isso é sério? Meses de enrolação, e agora que eu pedi três meses trabalhando em casa para poder amamentar minha filha, que tem um refluxo terrível piorado pela mamadeira, eles dizem que minha mudança para o subgrupo de processo é urgente. Urgente? No final do ano, com a promoção de código congelada por mais de um mês? Não dá para engolir. Mas fazer o quê? Quando quem manda não tem argumentação lógica e coerente, não se pode fazer nada. E a minha posição é difícil, já que eu não posso perder o emprego. E ainda tive que ouvir a ofensa de que trabalhar em casa é trabalho. Bom, resultado é que em janeiro vou procurar outro emprego.
Aquela empresa parece emprego público brasileiro, para vocês verem como é ruim. Parece que eu não escapo disso...

Tuesday, November 9, 2010

Volta ao trabalho

Não gosto nem de pensar nesse tópico, mas não tem jeito pois vai acontecer semana que vem.
Pedi ao meu chefe para trabalhar de casa, já que meu trabalho é COMPLETAMENTE remoto. Mas ele, que não tem pulso, foi falar com a diretora, chefe dele. Ela disse não, óbvio. Ele nem para argumentar. Eu escrevi de volta com argumentos e pedindo uma reunião com eles para que chegássemos a um acordo benéfico para ambas as partes. O absurdo disso tudo é que trabalho em casa é política da companhia num caso desses!!!! Enfim, vamos ver no que vai dar. A reunião (pelo telefone, já que pessoalmente é confronto demais) vai ser amanhã, e só vai ser amanhã pois eu lembrei a ele. Ai ai de novo.
Eu deveria ter me casado (no primeiro casamento, claro) com um suéco. Daí eu teria cidadania de lá e me divorciado lá. Aí depois de casar de novo teria ido de volta para lá e agora eu estaria em licença maternidade de 1 ano e meio. Entenderam bem? 1 ano e meio pago! Não esta miséria aqui. Os EUA estão na idade das cavernas em relação ao valor que dão à família e às mulheres. O pior é que eles nem sabem disso...
Volto neste tópico depois, provavelmente em inglês.
São tantos os argumentos de por que seria melhor eu trabalhar em casa... mas está tarde e vou dormir. Nah... vou tirar leite! Tenho que ir tentar aumentar minha produção.

Post de hoje

A Erica fofa, linda e maravilhosa teve um dia ruim ontem por causa do refluxo. Isso nos levou a pensar (ou mais a mim) em uma alternativa ao remédio que o pediatra passou. Cara! Dar omeprazol para uma criança de 2 meses e meio não desce e me dá refluxo dos ruins! Mas continuar sofrendo desse jeito também não dá. Nem para ela e nem para nós. Para ter uma idéia, a fofinha estava lindamente dormindo ontem a noitinha dando um tempo para os pais dela conquistarem a China e a Índia no jogo de Civilization 5 e ganhar o jogo. De repente, refluxo e acorda berrando. Assim, do nada, em milissegundos!
A gente assusta e dá a maior dó.
Hoje foi melhor, mas mesmo assim a sessão amamentação/mamadeira foi dose. Ela briga e chora quase o tempo todo. De vez em quando temos uma sessão tranquila. Isso lá é jeito de comer? Já não basta o fato de eu ter que suplementar a amamentação com leite em pó (não tenho leite suficiente, só um peito para amamentar devido a câncer de mama, blah blah blah, depois escrevo sobre isso e as angústias inerentes), ela ainda tem que sofrer quase todas as vezes? Não dá.
Fato: fomos procurar um homeopata e completamente nas cegas, pois os EUA estão na idade média em relação a tratamentos alternativos. Homeopatia é quase coisa do demo aqui. Com certeza é coisa de charlatão. Ai ai...! Passamos o dia tentando achar um homeopata que mais ou menos nos agradasse, que não cobrasse os olhos da cara e que atendesse essa semana. Achamos uma mulher que marcou para Sábado próximo (4 dias). Vamos ver. Com certeza vai ser melhor que tomar omeprazol.

Como escrever esse blog a partir de agora.

Decidi que vou manter o blog dia a dia. Ha! Vamos ver quanto tempo isso vai durar. A realidade é que este blog é para mim e para a Erica, se um dia ela quiser ler, claro. Se o blog ainda existir.
O fato é que se eu for tentar escrever tudo o que passou até agora, para então manter o dia a dia, não vou conserguir ficar atualizada.
Enfim.
Vou fazer o seguinte então. Cada vez faço pelo menos um texto, do que aconteceu hoje. E em seguida, dando tempo, faço um flashback e escrevo tudo que aconteceu antes.
Vou escrever. PRECISO escrever. A estória do parto tem que ser escrita, detalhadamente.
Come se diz em inglês: "if I don't process this, it will come to bite me on the ass".
Então vamos ao post de hoje.

Thursday, October 14, 2010

Metade e movimento

Nesse ponto já estava no meio da gravidez e já era fim de Abril de 2010. Já tinha contado a todos que interessavam, comunicado ao trabalho e já estava começando a fazer yoga para gestantes. Os enjôos já tinham passado e eu estava me sentindo superbem.
Eram 20 semanas mais ou menos e senti um peixinho mexendo dentro de mim. No início bem de leve e com passar dos dias foi ficando cada vez mais forte.
Eu tinha também que fazer um ultra-som a cada duas semanas pois havia risco de incompetência do colo do útero e ainda estavam monitorando meu mioma.
Num desses ultra-sons eu vi minha menina mexer e dar pulos. O sentimento foi e é indescritível. Então nem vou tentar descrever, mas acreditem, é de outro mundo. E ela era só minha nesse ponto. Apesar de já estar mostrando algo, a maoria das pessoas achava que eu estava engordando. E somente eu sentia ela mexer, mais ninguém. Pode ser egoísmo, mas era muito bom saber dela só minha.

Saúde! Alívio...

Vieram os primeiros ultra-sons de verdade, dando para ver o sexo. Menina! Êba, mas não é que ele adivinhou certo? Ele disse que não foi adivinhação, ele sabia. Sei...
Veio a amniocentese e nenhum defeito genético detectável.
Alívio profundo... Agora já dá para curtir a gravidez 100% e contar para as pessoas.
Na realidade já tínhamos contado para a família antes, logo depois do primeiro exame que detectava risco de defeitos. Como os riscos baixaram de altos para baixíssimos, resolvemos contar. A amnio foi para confirmar mesmo.

Confimação

Finalmente a consulta!
Dia 27 de janeiro de 2010. Gravidez confirmada, com fotografia e tudo. A médica, porém, não queira se entusiasmar demais e pediu outro ultra-som para duas semanas depois.
Mais 15 dias de ansiedade.
Confirmado. Nesse ponto, eram 10 semanas mas ainda assim os riscos de perda eram grandes. Melhoravam muito depois da 12a semana. Eita agonia!
E os enjôos piorando!
Entre as semans 9 e 11, recebemos como hóspedes o irmão dele e família. Não queríamos contar, mas não deu outra, pois eu estava um nojo de pessoa. Para não passar por mal-educada, explicamos a situação, com a promessa de silêncio absoluto.
Na realidade a minha paranóia era tão grande, que eu não queria contar nada para ninguém até eu fazer os primeiros exames de saúde do bebê. Com a minha idade avançada (hehehe), os riscos de defeitos genéticos eram bem maiores. Os primeiros exames aconteciam na 13a semana e a amniocentese entre a semana 16 e 20. Fiz na 18.

A espera...

Agora era esperar até a hora de ir ao médico confirmar a gravidez com o ultra-som. Dessa vez eu não me apressei e só marquei a consulta para a 8a semana. De que iria adiantar e ir mais cedo?
Mas como a boa neurótica que sou, comprei mais testes de gravidez e fiquei fazendo um a cada três dias. Haja dinheiro...
Os enjôos apareceram na 5a semana. Bom sinal...
Sinceramente, não sei como sobrevivi este tempo. Cortei até o sexo para não correr riscos. Imagine danificar o Óvulo de Ouro?

Surpresa...

E assim eu fiquei esperando o fim do mês, ou melhor, o início do ciclo para fazer um outro exame no dia 3. E aconteceu que o dia 3 caiu no feriado do Natal e os labs não iriam estar abertos, pode? Fiquei mais triste ainda pensando que teria que alongar a minha agonia e ao mesmo tempo achando que isto era um sinal divino dizendo que era hora mesmo de desistir.
Aí veio o dia do dia 1, ou seja, o primeiro dia do ciclo. E a menstruação não veio. Hummmm....
A danada da Esperança queria entrar a fórceps! Esperei o dia seguinte. Nada da menstruação! Então fui fazer o teste de gravidez, na esperança de ser positivo, mas não querendo me decepcionar. Nem contei para ele.
Entrei no banheiro e uns minutos depois... POSITIVO. Fiz mais um de marca diferente. Positivo!
Saí e fui contar para ele. O fofo olha para mim e diz: "Você está grávida e é uma menina."
Como assim???
Bom, eu estava grávida! Menina? Só mais tarde.

Wednesday, October 6, 2010

In-vitro?

Um mês de agonia esperando o fim do ciclo. Agora já era dezembro. Nesse meio tempo decidi que se o resultado fosse o mesmo eu iria desistir de tudo. Assim, radical. Nada de gravidez ou adoção. Simplemente iria manter minha terapia.
Entrei no chocolate. Fiz mais de 80 trufas que ficaram muito boas. Parei de monitorar meu ciclo. Chorei muito.
Mas decidi que não faria in-vitro nem nenhum tratamento além do alternativo.

Resultado! Nem tanto...

Seis meses depois do início do tratamento com a Jane (acupuntura) e com meus ciclos mentruais bem monitorados, engravidei.
Imagina a felicidade? Para quem não podia?
Fiquei paranóica, corri para o médico. A gravidez foi confirmada.
Quatro semanas depois, o batimento do embrião não foi achado. Mais duas semanas, o diagnóstico foi de "missed miscarriage". Ou seja, o embrião morreu, mas meu sistema ainda acha que tinha uma gravidez.
Na médica, ou se fazia uma curetagem ou um aborto químico. Escolhi a curetagem e quando fui fazer, vimos que o mioma tinha crescido demais. Isso mesmo, além da idade e do câncer, eu tenho dois miomas no útero! Resultado, escolhi o aborto químico, que foi um horror! Nove horas de contrações.
A médica me disse para não esperar para tentar de novo e voltar seis meses depois se não engravidade novamente.
Aí também fui tratar de um hipotireodismo subclinico que podia estar afetando a gravidez. Grande besteira pois a infeliz da encocrinologista me tratou demais e atrasou as tentativas. Enfim. Rebelei e larguei a médica e o remédio.
Em novembro (isto ano passado) nada de engravidar e voltei à ginecologista. Exames e o resultado não foi bom. Minhas chances de engravidar naturalemente (agora com mais de 40 anos nas costas) eram mínimas. Ela disse para repetir o exame um mês depois e se desse a mesma coisa, ela iria me encaminhar para um especialista.

Em busca de soluções

Pensei em muitas coisas.
Congelei um ovário confiando na ciência (que me decepcionou).
Comecei a ver adoção. Nesse assunto nem vou ficar muito tempo, pois me irrita profundamente os entremeios e burocracia da justiça brasileira. E no caso dos EUA, quem tem 30K do dia para noite? Isso se me qualificar devido ao câncer!
Pensei seriamente em fertilização in-vitro e doação de óvulos. Quer dizer, no Brasil é compartilhamento de óvulos e nos EUA é compra de óvulos. Doação só existe em casos raros ou na propaganda das clínicas. De novo, quem tem 30K para gastar da noite para o dia?
No fim, achei um livro que falava sobre alternativas em tratamentos.
Já nos EUA, comecei um tratamento com acupuntura e ervas chinesas.
É preciso entender a situação no momento.
Estávamos nos EUA, eu de volta e ele de novato, para tentar uma nova vida, pois a vida do Brasil não só estava difícil, como sem futuro decente.
Eu tinha acabado de arranjar um emprego e ele, a profissão dele, sofrendo uma das piores crises econômicas da hitória americana.
Eu tinha parado de tomar o maledeto Tamoxifeno uns 8 meses antes, mas ainda tinha os efeitos da droga.
Comecei o tratamento com a acupuntura e em três meses meu sistema voltou ao normal. Isso quer dizer que eu voltei a menstruar regularmente. Imagine a vitória para quem estava com sintomas de menopausa precoce?
Só pela melhoria na qualidade de vida a coisa já valeu.

Catástrofe

Um mês depois, a catástrofe acontece. Em uma palavra, câncer. E sabe uma das consequências do tratamento de câncer? Infertilidade. Aí junta-se câncer com ua certa idade (+35) e é uma catástrofe.
E o achado? Pois é. Como esperar de alguém, por mais legal que fosse, que, com apenas 1 mês de namoro, ficasse comigo durante (e depois) de um tratamento para câncer? Eu dei a oportunidade de terminar. Ele não quis. Doido. Ainda bem.
Mas meu mundo caiu (que nem a música). Aos 37 anos e depois de um tratamento para câncer, como meus ovários iriam funcionar? O estágio não era avançado, mas tambem não era inicial, o que levou (também devido a idade nova para ter câncer) a um tratamento mais agressivo. Chances de manter a fertilidade? Menos de 50%, sem contar o fator idade que já carrega por si só um declínio da fertilidade.
Então, catástrofe.
Foram inúmeras noites e dias chorando e desesperando. Ele é quem sabe. Depois terapia para a depressão que já afeta qualquer um nessa situação. E especialmente para a catástrofe.
Sem muitos detalhes, o tempo passou.

Achado

Achei. Perfeito para mim.

Resoluções

No ano que minhas possibilidades foram devastadas mesmo, eu já tinha chegado a conclusão que produção independente não era para mim. Desisti dessa idéia, mas tinha outra no lugar. E no meio tempo, quem sabe eu não achava alguém legal, com quem eu pudesse partilhar minha vida?
Veja bem, nada mais de "fisicamente ou emocionalmente" compatível com meu ideal de bom pai. Que conceito besta!
Apenas uma coisa era clara, ficar comigo significava a possibilidade de um futuro com filhos.

Nenhuma possibilidade

Daí quase dez anos de trabalho, viagens e namorados seguiram.
Devido ao trabalho/viagens, eu realmente não tive nenhum namorado sério mesmo. Do tipo "quero casar, tentar a vida juntos e família".
O desejo estava alí permanente, embora eu negasse algmas vezes.
No ínicio eu procurava alguém que se enquadrasse no que eu achava que um bom pai seria tanto fisicamente quanto emocionalemente.
Não achei. Vários motivos e explicações, mas não achei.
Resolvi então que ira ter um filho independentemente e comecei a investigar a possibilidade.
Hoje eu acho que isso seria uma loucura.

Primeira possibilidade

Depois do mestrado eu casei. Fui pros States e casei com um gringo. Eu queria filhos em dois anos, ele em cinco.
Como pessoas jovens e irresponsáveis (ele fazendo um doutorado e eu temporariamente desempregada), nós corremos risco e pimba! Engravidei e apavorei. Nada daquele sentimento de felicidade que eu achava que iria ter. Não, eu apavorei mesmo, de suar frio e tudo. Vai ver que era um pressentimento de que o casamento não iria dar certo. Sei lá.
Dois meses depois, quando eu havia meio que me acostumado com a idéia de ser mãe e pobre, eu perdi o neném.
Confesso que foi uma mistura de tristeza e alívio. Tristeza pois eu queria o neném, alívio pois não era a hora.
Dois anos e meio depois o casamento acabou e eu pensei "ainda bem que não tive o bebê".
Hoje meu pensamento é um pouco diferente...

O Sonho

Este começou aos 10 anos de idade, quando eu me vi tomando conta de um neném de uns 3 ou 4 meses de idade. Como alguém entrega um bebê novinho assim a uma menina, meio tomboy, de 10 anos de idade eu não entendo, mas enfim.
E eu tomei conta dele, era meu neném. Aprendi a dar mamadeira, trocar fralda, dar banho, colocar para dormir e até ensinei os primeiros passinhos. Lindeza, ele.
Mas no fim, o neném não era meu e partiu com a família, de mudanças para terras distantes, aos 3 anos de idade e eu fiquei com um buraco no coração e a distinta certeza de que eu queira um (ou mais) para mim.
Sonhava, literalmente, com filhos. Nomes e tudo. Até o parto!
Bom, o tempo passou e nada do sonho ficar perto de concretizar.
Na faculdade eu e uma amiga discutíamos quantos filhos iríamos ter. Ela queria 6 (teve 3) e eu queria 4. Bando de doidas!

Como tudo começou

Não sei se começo pelo sonho de uns mais de vinte anos atrás, ou se pela realização de que era o que eu queria mesmo, ou se pela negação do sonho ou se pelas tentativas.
Enfim...